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Diálogo com as autoridades
Por outro lado as autoridades do governo renderam-se à
evidência de que a bebida tem sido consumida por várias décadas em práticas
rituais, sem anormalidades, práticas essas que exerceram sempre uma função integradora
dos usuários e o meio que vivem, ressaltando a conduta pacífica e ordeira dos adeptos
das diversas seitas acompanhadas.
Por
causa de tudo isso é que hoje se acha consolidado o nosso direito legítimo de usar o
nosso sacramento, dentro do seu contexto apropriado. O amadurecimento das entidades
usuárias e o seu constante aperfeiçoamento institucional, provaram no decorrer deses
ultimo doze anos que o primeiro parecer do CONFEN estava substancialmente correto. Ainda
para citar o relato do Dr Domingos Bernardo: Buscaram-se criar condições para que os
próprios centros ahyauasqueiros e daimistas organizassem as formas mais adequadas de se
mediar e controlar os eventuais excessos surgidos nas relações privadas, familiares ou
sociais.
Dentro
desse espírito, desde 1991 as diversas entidades usuárias da bebida, independente das
suas diferenças de ordem doutrinária ou ritualística, se uniram em torno de uma carta
de princípios que, apesar de seu consenso genérico, foi um passo importante no
sentido de estabelecer compromissos comuns básicos para a auto-regulamentação do uso da
bebida por parte dessas entidades .
A Doutrina
do Santo Daime, da forma como é expressa no ritual do ecletismo evolutivo, é
uma prática religiosa cristã e ecumênica, que repudia toda forma de fanatismo,
sectarismo, racismo e intolerância religiosa. Com o testemunho de suas condutas, seus
milhares de seguidores têm provado de que a ingestão ritualizada do Santo Daime e a
prática social decorrente do noss trabalho espiritual amplia a nossa capacidade
perceptiva, criativa, cognitiva e de discernimento, além de nos ajudar a assumir nosas
responsabilidades pessoais e coletivas. Constitui-se, portanto, em um agente profilático
e terapêutico, a serviço da elevação da consciência do ser humano. |
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