História de Produção
Para nós o Santo Daime é um Sacramento. Seu preparo é realizado em um ritual denominado Feitio, um dos mais solenes e importantes momentos do nosso trabalho espiritual. Segundo nossa crença, no Daime está presente um Ser Divino e sua manifestação depende do veículo material, que é a própria bebida elaborada no processo do Feitio. Processo de abnegação, concentração espiritual, solidariedade, esforço físico e energia mental que se somam para sua obtenção.
Ninguém pode ter a pretensão de produzir mensurar e estabelecer um valor material para um Ser Divino. Contudo, os processos de pesquisa, colheita. produção, transporte, distribuição e reflorestamento que dizem respeito à obtenção da bebida, sem dúvida envolvem muitos custos econômicos.
Sabemos que esta questão é muito delicada. Ela foi exaustivamente debatida nas reuniões do GMT/CONAD onde ficou estabelecido que “o sacramento não deveria ser comercializado, nem se deveria obter dele lucros pessoais e/ou vantagens pecuniárias de qualquer espécie” Contudo foi feita a ressalva de que se reconhecia o direito de cada entidade prover os custos de sua produção de acordo com seus princípios estatutários e procedimentos administrativos.
Como a grande maioria do povo das nossas comunidades amazônicas são constituídos de uma população tradicional e carente, adotamos um sistema de incluir nos custos de produção da bebida sacramental uma pequena ajuda de custo, na forma de uma cesta básica, principalmente em feitios mais prolongados.
Quando iniciou-se a expansão, para suprir a demanda crescente pelo sacramento, criamos um sistema onde os custos do feitio eram divididos proporcionalmente por entre as igrejas, a partir da necessidade de abastecimento de cada uma delas.
O fortalecimento institucional da entidade, a partir da reforma de 1997, procurou aperfeiçoar o nosso sistema de produção e distribuição, embutindo progressivamente os custos do sacramento dentro da mensalidade associativa. O sistema societário e as mensalidades associativas passaram a ser, cada vez mais, a mola propulsora do sistema. No entanto, ainda era cobrado das igrejas uma pequena taxa extra-mensalidade para cobrir principalmente os vasilhames e custo de transporte.
Mais recentemente, dentro de um plano de gestão administrativa formulado pela nossa Secretaria Nacional, conseguimos estabelecer metas de sustentabilidade para as igrejas. Estas metas, uma vez cumpridas, permitem que elas recebam o sacramento sem qualquer custo, inclusive os do envio. Esta proposta, que já estava sendo encaminhada desde julho de 2009, foi retificada em janeiro de 2010, no Encontro Mundial realizado no Céu do Mapiá.
No entanto, no decorrer dos últimos anos, temos procurado absorver o atendimento de outros pontos que, a partir da extrema diversificação e crescimento do universo daimista e ayahuasqueiro, mesmo tendo alguma afinidade espiritual conosco não compõem o nosso quadro de filiadas. Na medida em que estas entidades não contribuem com mensalidades, é estabelecido um termo de compromisso, deveres e direitos, incluindo uma forma de donativo para cobrir os custos do fornecimento da bebida sacramental.
Nos países do exterior onde nossas igrejas estão autorizadas a funcionar, o sacramento é enviado sem custos, com exceção do transporte. Quando ele é enviado como bagagem acompanhada, a igreja credencia um membro para esta finalidade e fornece a documentação de identificação e autorização de envio.
Nos países do exterior onde nossas igrejas estão autorizadas a funcionar, o sacramento é enviado sem custos, com exceção do transporte. Quando ele é enviado como bagagem acompanhada, a igreja credencia um membro para esta finalidade e fornece a documentação de identificação e autorização de envio.