A questão Cultural
Toda doutrina espiritual se origina de um conjunto de revelações espirituais dos seus fundadores. Por sua vez, estas revelações e experiências espirituais marcantes dão origem a um conjunto de ensinamentos e práticas.
No entanto, como tudo isto acontece numa cultura específica e num tempo determinado, estes fatores culturais sempre estão misturados dentro do corpo doutrinário.
O maior desafio nestes casos é que quanto mais uma tradição se expande e universaliza, nem sempre é possível transpor integralmente o contexto cultural onde ela é gerada. Isto exige uma grande sensibilidade para manter a essência dos seu ensinamentos e ao mesmo tempo a flexibilidade para que estes possam ser corretamente assimilados pelo novo contexto cultural
No nosso caso não poderia ser diferente. Desde os tempos do Mestre Irineu e depois, no seguimento dado pelo Padrinho Sebastião, nosso movimento sempre esteve impregnado destes valores “caboclos”. Depois, a própria expansão colheu gente dos mais diversos segmentos sociais que tanto assimilaram estas influências culturais como por sua vez trouxeram outra cultura proveniente dos grandes centros urbanos.
Por isto torna-se muito importante a fixação dos preceitos espirituais e também de um código de ética que expresse os princípios universais de uma tradição que podem ser partilhados e aceitos por diversas culturas.
Principalmente na falta dos códigos orais e informais, estas garantias de uma conduta ética são indispensáveis.