João Pedro
Pouco se sabe sobre o companheiro do Mestre, João Pedro. Sobre sua origem, não se tem notícia de local e data de seu nascimento, nem mesmo o ano e as circunstâncias de seu falecimento. Também não se sabe a forma como chegou ao Daime e a conhecer o Mestre Irineu.
É um personagem enigmático e extremamente discreto, que legou à Doutrina do Santo Daime um dos hinários mais belos e venerados, principalmente usado nos trabalhos de cura.
Sabe-se que era negro e que o Mestre tinha amizade por ele. Vivia como agregado na casa de Leôncio Gomes e não tinha família própria. Era um homem simples e tão discreto que passava dispercebido. Sofria de elefantíase e tinha a saúde fragil. Devotado ao Mestre, mantinha seu hinário com muita humildade. Dizem que nos finais dos hinários, quando todos já estavam fora de forma ele ficava na mesa cantando seus hinos, pois não tinha oportunidade de fazer um trabalho com eles. Seu hinário “O menino Jesus” ficou desaparecido por muitos anos.
Parece, segundo Eduardo Bayer, que João Pedro quiz deixa-lo sob a guarda de da irmã de D. Peregrina que recusou por já ser guardiã de outro hinário. Por muitos anos ninguém sabia ao certo quem o guardara, até que Geovânia Correia Barros Cunha, por insistência do Pad. Wilson Carneiro e de Chico Corrente, acabou por localiza-lo com D. Maria Nunes , uma professora que vivia na Estrada de Porto Acre e que apesar de não freqüentar muito (pela idade) era fardada da antiga sede do Mestre. Para surpresa de todos, D. Maria era irmã de Daíde, acompanhante de Mad. Rita, e de D. Raíf, vizinha do Pad. Wilson.
Desde então o hinário de João Pedro, passou a ser estudado com afinco e tomou seu lugar de direito, como um dos fundamentos da Doutrina do Santo Daime.