Histórico Organizativo
Origens, Histórico e Objetivos
O Centro Eclético da Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra – CEFLURIS – é um centro espiritualista organizado na forma de uma sociedade civil sem fins lucrativos. Foi fundado em outubro de 1974, na cidade de Rio Branco, estado do Acre. Em maio de 1989, passou por uma ampla reformulação estatutária, quando se transformou em entidade nacional congregando filiais em varias cidades brasileiras.
No ano de 1997, com o crescimento da nossa instituição e a expansão do seu trabalho tanto no Brasil como no exterior, realizamos uma ampla reforma institucional, que separou a esfera religiosa e doutrinária da administrativa. A Igreja mudou seu nome para Igreja do Culto Ecléctico da Fluente Luz Universa Patrono Sebastião Mota de Melo - ICEFLU e teve seus novos estatutos promulgados em 1998. Em seu novo diploma legal, a ICEFLU reafirma o caráter sagrado do seu sacramento, por nós denominado de SANTO DAIME, cuja utilização é feita estritamente dentro das cerimônias religiosas e sua distribuição restrita às nossas filiais
Neste mesmo ano foi criado o Instituto CEFLURIS, de cunho ambiental e social e encarregado de organizar o quadro associativo. A produção e distribuição do sacramento passou a ser realizada pela igreja. Iniciou-se, desde então. um programa nacional de associativismo, visando a implantação de um sistema de mensalidades que se constitui na base de nossas receitas institucionais.
Nossos fundamentos doutrinários baseiam-se na revelação espiritual de dois homens: o Mestre Raimundo Irineu Serra (1892 - 1971), fundador da doutrina do Santo Daime, e o Padrinho Sebastião Mota de Melo (1920 - 1990), um dos seus mais destacados discípulos, fundador e patrono da Igreja.
A base do nosso trabalho espiritual é o estudo da revelação dos hinários recebidos pelos mestres fundadores. Nas cerimônias cantamos e bailamos os hinos sob o efeito da bebida sacramental. Chamamos de miração as visões extáticas interiores, "insights", um estado de ampliação da consciência e de grande acuidade mental que experimentamos com a ingestão ritual da bebida, chamada Ayahuasca ou Santo Daime - fruto da cocção das plantas Banisteriopsis Caapi e da Psychotria Viridis.
No desenrolar dos hinários e nos trabalhos de concentração, entramos em contato com estes níveis de consciência que correntes da psicologia chamam de transpessoais e que, para nós, representam contatos com o mundo espiritual. Os rituais são para nós datas de festa que constam de um calendário oficial, quando o Santo Daime é distribuído na forma de um sacramento e de uma eucaristia, segundo normas estritas.
Nosso trabalho espiritual se origina em práticas ancestrais de povos pré-colombianos, que há milênios já utilizavam as plantas psicoativas como um meio de comunicação com as divindades e os espíritos de seus antepassados. Neste século, esta antiga tradição tomou sua atual feição eclética e cristã, através da revelação recebida pelo Mestre Irineu. Foi por ele que a Doutrina foi codificada e a sua essência esta sintetizada nos hinários (coletânea de hinos recebidos) e no decreto de serviço. Conforme depreende-se de seus estatutos e ata de fundação, a principal finalidade do nossa Igreja é e realizar os rituais, nas sessões periódicas fixadas em nosso calendário. Sempre atentos ao principio doutrinário de não fazer convites nem proselitismo, o procedimento para receber os novatos consta ainda de uma entrevista de avaliação feita por um grupo de recepção. De acordo com as entrevistas e as vivências adquiridas nos seus primeiros trabalhos espirituais, e após um tempo de frequência aos rituais, o neófito poderá requerer o grau de adepto que será consagrado na solenidade de fardamento.
O fundador do CEFLURIS, Sebastião Mota de Melo, carinhosamente chamado de Padrinho Sebastião, era um seringueiro amazonense dotado de grande vigor profético e carisma espiritual. Nascido e criado na floresta, sempre foi uma pessoa simples, generosa e hospitaleira. Nossa organização religiosa começou, portanto, de maneira bastante informal e familiar, até ganhar os contornos jurídicos e legais de uma instituição internacional, tal como hoje se apresenta.
Portanto, a história do CEFLURIS se confunde um pouco com a saga do povo do Padrinho Sebastião. Tendo chegado, juntamente com sua família, a Rio Branco, Acre, no final dos anos 50, vindo de Eurinepé, no Estado do Amazonas, Sebastião Mota de Melo participou, desde 1965 dos trabalhos espirituais dirigidos por Raimundo Irineu Serra, de quem chegou a ser um dos principais feitores de Daime, autorizado inclusive a realizar seus próprios trabalhos. Em 1971, com o falecimento do Mestre, o Padrinho firmou sua liderança na Colônia Cinco Mil, nos arredores de Rio Branco, onde em 1974 construiu sua própria igreja e em seguida uma comunidade.
No final dos anos 70, com a destruição da floresta próxima à cidade, Sebastião Mota de Melo lançou o desafio de transferir a comunidade para o interior da floresta. O INCRA indicou-lhe uma área, no Rio do Ouro, Estado do Amazonas. Com grandes sacrifícios, a administração da comunidade comprou um caminhão para transferir o povo da periferia de Rio Branco até este local de difícil acesso, no início de 1980
Em dezembro de 1982, a comunidade assentada no Rio do Ouro foi visitada por uma comissão chefiada pelo comandante do 7º Batalhão de Engenharia de Rio Branco, coronel Guarino. Foi a primeira visita de autoridades para avaliar o uso do Daime. Com esta finalidade foi criada uma comissão interdisciplinar de estudo, que contava com militares, membro do poder público, academia, médicos, psicólogos, historiadores, antropólogos, etc.
No entanto, após quase três anos de intenso trabalho e colonização da área, com a preparação de roçados e a construção de benfeitorias, surgiram pendências quanto a legalidade da posse da área oferecida pelo INCRA e o próprio Padrinho Sebastião, descontente com esta demanda fundiária, optou pela colonização de uma nova área, também indicada pelo INCRA, desta vez em antigo seringal desativado junto às cabeceiras do igarapé Mapiá.
Graças a boa impressão causada junto a esta comissão, que incluiu diversos trabalhos de campos, aplicação de testes e relatórios, a comunidade obteve todo o apoio, incluindo cartas de recomendação do coronel Atos Fichler, que substituiu o coronel Guarino, do governador do Acre (na época, Nabor Júnior) da reitora da UFAC, do presidente da Fundação Cultural, etc.
É importante destacar que o realocamento deste povo do Rio do Ouro para o Mapiá , foi feito de forma totalmente ordeira, pacífica e com seus próprios recursos, na medida que a comunidade não foi sequer indenizada pelo valor das benfeitorias efetuadas durante os quase três anos que estiveram no Rio do Ouro. Convém frisar também que a fixação do povo do Padrinho Sebastião no igarapé Mapiá é anterior ao decreto de criação da Floresta Nacional em 1989. Hoje, a Comunidade Céu do Mapiá, o segundo maior assentamento urbano do município de Pauini /AM, é um agrupamento próspero e produtivo, que reúne aproximadamente 1000 pessoas, a maioria concentrada na vila do mesmo nome, na bifurcação entre os igarapés Mapiá e Repartição.
Desde meados dos anos 80, a Vila Céu do Mapiá se tornou um centro de peregrinação para todos os membros das igrejas de outras regiões do Brasil e do exterior. A partir deste intercâmbio cada vez mais intenso, que incluíam a visita de comitivas do Mapiá aos grupos que se formavam nestes locais, houve um crescimento significativo da nossa tradição.
Em 1987 foi criada a Associação de Moradores da Vila Céu do Mapiá. Técnicos do governo, bem impressionados com o perfil comunitário e coletivista da comunidade, sugeriram, já desde esta época, a formação de uma associação comunitária e de uma cooperativa para captar recursos para projetos de desenvolvimento comunitário. (anexo 1b - 0A, declaração ministério do interior); (anexo - 1c - 0b ata de fundação da AMVC)
Neste mesmo ano, na Vila Céu do Mapiá, foi construída a nova sede matriz da igreja do então CEFLURIS, atual ICEFLU. Em 1989 esta região onde a comunidade estava assentada desde 1983, passou a fazer parte da recém demarcada Floresta Nacional do Purus. Em 1989, ainda em vida do Padrinho Sebastião,foi realizado o Primeiro Encontro Nacional das Igrejas e aprovado o novo estatuto da entidade.
Em meados da década de 90 foi iniciado os primeiros termos de cooperação entre a comunidade, representada pela sua Associação de Moradores e o IBAMA. A comunidade adquiriu o direito de participar da gestão da reserva e explorar os recursos naturais renováveis da área. Mas a demora de quase 20 anos para se dar início ao Plano de Manejo impediu qualquer avanço prático significativo.
No final dos anos 90, o recém fundado Instituto CEFLURIS, em parceria com a AMVCM e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pauiní aprovaram quatro projetos de desenvolvimento local junto ao MMA e Governo Alemão através do Projeto Demonstrativo A, incluindo a secagem de frutas e a produção de óleos vegetais, estimulando assim uma importante rede de produção local. Logo em seguida, é fundada também a COOPERAR, Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus. Em 2003, com o apoio da WWF foi realizado o Plano de Desenvolvimento Comunitário da Vila Céu do Mapiá e vários outros projetos começaram a ser desenvolvidos.
Associação de moradores - AMVCM
Associação civil que administra a vida social da Vila Céu do Mapiá. Está organizada na forma de Gestorias, que coordenam É detentora de convênios ao nível municipal e estadual que permitem a manutenção de uma escola de ensino fundamental de 1º grau e um posto de saúde na comunidade. Participa juntamente com o Instituto CEFLURIS do Conselho Consultivo das FLONAS do Purus e do Mapiá- Inauini.
Está organizada na forma de um Conselho Administrativo, de uma secretaria geral e de Gestorias que coordenam o trabalho dos diversos setores e serviços públicos essenciais da comunidade, como abastecimento, saúde, educação, transporte, etc.
A AMVCM , criada em 1987, presta um serviço relevante para a população da Vila Céu do Mapiá e também do seu entorno. Isto não é uma tarefa fácil, devido a falta de recursos públicos e o difícil acesso onde ela se encontra. Portanto ela enfrenta todos os problemas e desafios de uma pequena cidade e nenhum recurso do fundo de participação dos municípios. Isto mesmo sendo o segundo assentamento populacional do município de Pauni, logo após sua sede na cidade do mesmo nome.
Esta tem sido a luta histórica da Associação de Moradores: obter da Prefeitura de Pauini, os recursos que são disponibilizados pela União para os municípios e que deveriam ser repassados para assentamentos, bairros e vilas, na proporção de seu contingente populacional e expressão política. O que torna-se mais necessário na medida em que os benefícios gerados por este fundo quase nunca chegam nestes locais mais isolados da sede.
Mesmo assim, a Associação, com o apoio das demais instituições, tem conseguido encaminhar o acesso da população da Vila e pequenas comunidades ribeirinhas aos programas e benefícios do governo federal, tais como o Bolsa família, aposentadorias, etc.
Igreja do Culto Eclético - ICEFLU
Visite o site administrativo do ICEFLU no http://www.iceflu.org.br
O CEFLURIS hoje representa uma rede de organizações a quem está associado, de uma maneira direta ou indireta, as 4 instituições que fazem parte da organização daimista fundada por Sebastião Mota de Melo. Esta necessidade de integrar diversas instituições deve-se ao fato de que a nossa linha não se limita apenas ao seu funcionamento enquanto igreja, tendo desde sua origem assumido uma proposta de vida comunitária, de ligação com a floresta amazônica e todos os desafios econômicos, sociais e ambientais dela decorrente.
Ao mesmo tempo, cada uma destas entidades, apesar do espírito de cooperação que as caracteriza, circunscreve suas atividades à sua esfera de ação e seus objetivos estatutários.
Nossa tradição deriva do tronco do Mestre Raimundo Irineu Serra, que é considerado o fundamento doutrinário da igreja. Depois da passagem do Mestre, seguimos a vertente desenvolvida pelo Padrinho Sebastião Mota de Melo, um dos seus discípulos e continuadores.
A ICEFLU incorpora em seus estatutos os princípios que levaram a legitimidade do uso religioso do Santo Daime, principalmente aqueles que se referem ao seu caráter de bebida sacramental, sendo terminante vedado a sua comercialização, conforme estatuto, capítulo II, artigo 6º, que reza:” O Sacramento Santo Daime não pode ser vendido e nem tampouco a Ele se atribuirá qualquer valor econômico, tendo a Ele acesso todos os necessitados, desde que cumpridas as normas de recepção, conforme diretriz.
A sede matriz, que é objeto de visitação durante todo o ano e principalmente nos dois festivais de junho e dezembro, conta com um calendário próprio, bastante intenso, para fazer face a demanda dos diversos grupos que nos procuram. As demais igrejas, por estarem situadas nos grandes centros urbanos, realizam um calendário mais resumido.
A igreja tem trabalhado e sido uma protagonista ativa nos últimos 30 anos pela legalização do nosso sacramento, tanto no Brasil quanto no exterior. A vinculação das diversas filiais e núcleos à sede matriz se dá através de Conselhos Regionais de Igreja. Estes, por sua vez indicam representantes para o Conselho Geral, assembleia que se reúne ordinariamente uma vez por ano.
Temos incentivado a formação de um Conselho Local de Igreja para gerir os grupos, principalmente aqueles recém formados e que não contam com lideranças experientes, capacitadas e reconhecidas.
A Igreja tem dois órgãos diretivos: um Conselho Superior Doutrinário com 3 membros vitalícios , 12 membros eleitos e 3 suplentes por um mandato de 5 anos; uma Diretoria executiva formada por 3 membros eleitos para um mandato de 5 anos.
A partir de 1990, com a passagem para o plano espiritual do nosso fundador e patrono Padrinho Sebastião Mota de Melo, a direção espiritual e a liderança da Igreja passou `as mãos do Padrinho Alfredo Gregório de Melo, seu filho. Ela já desempenhava de fato estas funções, que lhe tinham sido transmitidas ainda em vida pelo pai, Sebastião Mota.
Padrinho Alfredo, juntamente com seu irmão Waldete Mota de Melo e sua mãe, viúva do padrinho Sebastião, Madrinha Rita Gregório, são os três membros vitalícios do Conselho Superior Doutrinário que dirige a Igreja. Coube também ao Padrinho Alfredo, no ano de 1991, a abertura da expansão internacional, com a primeira viagem a Europa.
A Igreja do Culto Eclético, além do seu quadro de fardados, congrega também freqüentadores, filiados ou não ao Instituto. A irmandade do Santo Daime soma hoje aproximadamente 6 mil pessoas no Brasil e no exterior. Conta hoje com aproximadamente 50 filiais no Brasil e cerca de 60 no exterior, dentro das seguintes categorias: igrejas de patente especial; igrejas; núcleos de instrução e núcleos familiares. Além disso, mantemos relações de intercâmbio e parceria com diversas outras igrejas que seguem com a linha do padrinho Sebastião.
Cabe a Igreja do Culto Eclético todos os assuntos pertinentes a esfera espiritual entre os quais: normas de Ritual, uso do Santo Daime e estudo do canto e da música; formação dos quadros de dirigentes; plantio, produção e distribuição do Santo Daime para os grupos filiados; acompanhamento do trabalho dos grupos filiados a partir de visitas e programas de trabalho realizados por membros do Conselho Doutrinário e respectivas comitivas de instrução.
A ICEFLU se define como uma tradição espiritual que mantém como seu corpo doutrinário básico a herança legada pelo Mestre Irineu através do Hinário do Cruzeiro e de seus companheiros mais próximos: Guilherme Germano, João Pereira, Antônio Gomes e Maria Marques.
Nesta medida, a ICEFLU mantém basicamente a ritualística, o fardamento e as insígnias dos primórdios da Doutrina. Contudo, na medida que ela reconhece o Padrinho Sebastião como o seu seguimento, incorporou ao seu corpo doutrinário, os seus Hinários O Justiceiro e Nova Jerusalém, o Cruzeirinho do Padrinho Alfredo e O Convite da Madrinha Rita, assim como também aqueles dos seus seguidores mais próximos.
Também incorporou novas diretrizes doutrinárias e ritualísticas na parte de cura e mediunidade. Dentro de uma perspectiva de estudo, e respeitando as recomendações do GMT/CONAD, a igreja tem pesquisado, dentro do contexto religioso e ritualístico, abordagens terapêuticas e xamânicas.
Cooperativa agroextrativista – COOPERAR
A COOPERAR foi criada em 1999 com a finalidade de se transformar num braço econômico para a produção e a busca de uma auto-sustentabilidade da nossa Vila. Ela já está executando e apoiando diversos projetos de grande significado social na nossa região, como a rede de comercialização de cacau nativo da Amazônia, e a finalização da obra da usina de extração de óleos vegetais em Boca do Acre.
A Cooperativa desenvolve também um papel de cooperativa de consumo, organizando toda a complicada operação logística de realizar o abastecimento da Vila Céu do Mapiá . Ajuda desta forma o importante programa de assistência social que o Instituto CEFLURIS desenvolve junto a muitas famílias da Vila, fornecendo uma feira básica de produtos para trabalhadores dos feitios, veteranos, idosos e carentes .
Instituto IDARIS (Anteriormente CEFLURIS)
IDARIS – Instituto de Desenvolvimento Ambiental Raimundo Irineu Serra
Visite o site do IDARIS:
http://www.idaris.com.br
O Instituto de Desenvolvimento Ambiental Raimundo Irineu Serra é uma agência de desenvolvimento local que realiza e apoia as ações de sustentabilidade em seu território, a Vila Céu do Mapiá, situada na Floresta Nacional do Purus, uma Unidade de Conservação da Amazônia brasileira.
O IDARIS foi reativado em março de 2019, com a eleição de sua nova diretoria, após quase seis anos de pouca atividade. A nova diretoria eleita em março de 2019 vem conduzindo a reestruturação da organização.
Secretário Geral: Padrinho Alfredo Gregório de Melo
Secretário Nacional: João Arruda Coutinho
Secretário Internacional: Alvino da Silva Melo
Secretaria da Mulher: Regina Pereira
Secretaria de Promoção Social: Marcos Malaquias
Presidente: Cristian Curti
Vice-Presidente: Gabriela Cony
Secretária de Projetos: Joana Rosa
Secretária de Comunicação: Alessandra Guerra
Tesoureira: Amanda Pellegrinelli
II Tesoureiro: João Augusto
Conselho Fiscal: Enio Staub, Jaime Sass, Javan Paiva, Clara Iura, Irene Villareal e Tiago Barbosa.
A viabilidade da ação do IDARIS está focada na mobilização de recursos como estratégia de desenvolvimento institucional unindo a criação e implementação de projetos sustentáveis, à prática da transparência na gestão financeira e na comunicação organizacional.
Consideramos projetos sustentáveis aqueles que são socialmente justos, ambientalmente corretos, economicamente viáveis e culturalmente responsáveis.
Missão: Promover a sustentabilidade da vida comunitária.
Visão: A Vila Céu do Mapiá como modelo demonstrativo de sustentabilidade e soberania.
Posicionamento: O IDARIS se alinha com as organizações sistêmica integradas, que buscam ser coerentes com as melhores aspirações humanas, com membros e colaboradores comprometidos e abertos ao aprendizado continuo.
Linhas de Ação:
- Elaboração e implementação de projetos regenerativos e sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar da população da Vila Céu do Mapiá;
- Participação ativa nos fóruns e conselhos comunitários, com o olhar focado nas quatro dimensões da sustentabilidade: social, ambiental, econômico e cultural;
- Acompanhamento do processo de urbanização e desenvolvimento local promovendo equidade social e educação ambiental;
- Integração e comunicação com as instituições civis e públicas atuantes na Floresta Nacional do Purus;
- União e mobilização junto à rede global que cria novos modelos de vida;
- Prática de gestão institucional colaborativa, orientada por processos circulares e transparentes.
1) ASC – Avaliação da Sustentabilidade Comunitária:
A Avaliação da Sustentabilidade Comunitária é uma metodologia da Global Ecovillage Network que consiste na aplicação de um questionário de conferencia para se obter indicadores sobre quão sustentável uma comunidade é. Foi desenvolvida pela GEN, para ajudar as Ecovilas a avaliarem as conquistas e aumentarem a sustentabilidade da vida comunitária.O IDARIS está realizando a ASC - Vila Céu do Mapiá para obter um diagnóstico mais específico sobre a sustentabilidade na Vila, podendo assim pautar suas ações a partir dos resultados levantados. A partir dos dados coletados, será possível desenhar um mapa indicativo dos pontos fracos e fortes de cada área avaliada, servindo como orientação para os projetos desenvolvidos pela Instituição e acompanhamento das melhorias conquistas através do seu Observatório da Sustentabilidade. As áreas que apresentarem menores notas serão tratadas como prioritárias, enquanto outras podem ser aprimoradas a médio e longo prazo ou até mesmo mantidas em seu ótimo nível.
2) Rede Fortes – Fortalecimento da Economia Comunitária
Com apoio do Programa Amagaia de Desenvolvimento Comunitário, o projeto da Rede Fortes busca apoiar o sonho original da Vila Céu do Mapiá, através do incentivo ao consumo e produção na região valorizando uma economia próspera e solidária para os moradores de Vila.
Linhas de Ação da Rede Fortes:
- Educação em Economia Solidária: Atividades de sensibilização e comunicação voltadas para a escola e toda a comunidade. Em outubro e dezembro de 2019 a Rede Fortes realizou seu primeiro curso de formação em empreendedorismo.
- Implementação de uma moeda social:Moeda social é uma moeda criada na comunidade, aumentando sua independência em relação aos balanços do mundo, pois ela só tem valor na região. A primeira versão da moeda Verde começou a circular no dia 1 de dezembro de 2019 e segue até março de 2020 em sua fase de teste.
- Linhas de Microcrédito: O próximo passo da Rede Fortes é elaboração e captação de recurso para um programa de microcrédito produtivo orientado para os participantes da Rede.
3) Gestão Local do Programa Amagaia
Em 2013 a Vila Céu do Mapiá realizou o AmaGaia, processo de formação e planejamento integrado participativo para a sustentabilidade comunitária, baseado no currículo de Educação para o Design de EcoVilas (EDE), da Educação Gaia. Durante 4 semanas membros da comunidade e especialistas em sustentabilidade se reuniram e atualizaram sua visão de futuro para a Vila Céu do Mapiá, identificando necessidades, indicando prioridades e passos para torna-la realidade.
Baseado nesses dados, em 2018 surge o Programa AmaGaia de Desenvolvimento Comunitário, construído de forma participativa com a comunidade, assessoria do IsaViçosa, UFV e outros. Irmanado com o objetivo e visão de futuro do IDARIS, o programa é uma reunião de ações e projetos integrados e regenerativos, que visam fortalecer a sustentabilidade da Vila Céu do Mapiá.
O papel do IDARIS é gerir localmente alguns projetos do Programa AmaGaia, através da assessoria e formação para à criação e gestão de projetos e fomento a projetos estratégicos transversais para fortalecer a Vila Céu do Mapiá enquanto comunidade espiritualista ecológica, capital mundial do Santo Daime.
Objetivos Específicos:
- Assessorar a entrada de novos projetos no círculo do Programa AmaGaia:
- Apoiar e acompanhar Projetos do Programa;
Associações do Vale do Juruá
No ano de 1996, o Padrinho Alfredo deu início a este trabalho na região onde o Padrinho Sebastião tinha morado e ele próprio nascido, reencontrando parentes e amigos do seu pai, inclusive o dono do seringal onde Sebastião Mota trabalhou por muitos anos. Desta forma ele iniciou uma outra expansão, desta vez voltada para mais dentro da Amazônia, na calha do rio Juruá.
Diversas comunidades se formaram em Cruzeiro do Sul, Ipixúna, Rodrigues Alves e Estorrões. Foram formadas cinco associações de moradores e produtores para apoiar a organização social local, com recursos do MMA/SA, que têm possibilitado diversos avanços sociais e econômicos.
A implantação de uma organização comunitária, a proposta de um assentamento nos moldes ecológicos, tem trazido grandes benefícios para a população local e atraído a visitação de membros nacionais e estrangeiros da nossa irmandade, ajudando a geração de rendas para a manutenção das comunidades. Nestas ocasiões, médicos, dentistas e outros profissionais prestam serviços voluntários para a população.
Tudo isto está sendo feito dentro dos preceitos deontológicos recomendados pelo parecer do GMT/CONAD, que afirma “o direito das visitas e peregrinações dos membros `as suas comunidades de referência."