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Mensagem do Editor

É bastante pobre, equivocada e ultrapassada a abordagem de Veja sobre o uso do Santo Daime como sacramento em rituais religiosos, conforme a matéria "O barato legal" (13/09/2000). Sacramentos enteógenos são usados há milhares de anos. As visões proporcionadas por essas plantas em seu contexto cultural e religioso serviram de base para o refinamento espiritual de muitos povos, desde a antigüidade até os dias de hoje. É isso que acontece com os 300.000 membros da Igreja Nativa Americana, que consagra o peiote, ou os quase um milhão de membros da religião Buiti na África Central, que faz uso da iboga em suas cerimônias. E é esse também o nosso caso. A opção religiosa de 50.000 brasileiros deveria ser respeitada.

Os membros da nossa Igreja - que se denomina da "Fluente Luz Universal"- só utilizam o seu sacramento nos seus rituais, há várias décadas. Nos últimos vinte anos ela se expandiu para muitos lugares. E nos últimos quinze anos, depois de muitos estudos, pesquisas e diálogo com as autoridades, teve seu trabalho reconhecido e regulamentado. Isso aconteceu por que ficou provado que o Daime não é uma droga, não gera dependência, não oferece riscos à saúde e é uma manifestação cultural e religiosa autêntica e verdadeira.

Foi graças a essas conclusões, baseadas nos trabalhos de muitos luminares nas áreas da Antropologia, Psicologia, Bioquímica e Religiões Comparadas que o Grupo de Trabalho do antigo Confen (Conselho Federal de Entorpecentes) deu parecer favorável à nossa causa e é essa a orientação que vem sendo seguida até hoje. Só temos que dar graças a Deus pela sensibilidade e integridade com que as autoridades do nosso país, tanto no passado como no presente, têm abordado um tema tão delicado como esse de decidir sobre a convicção religiosa de milhares de pessoas. Graças à sensibilidade do poder público, e também à responsabilidade das entidades religiosas que fazem uso responsável do nosso sacramento, podemos dizer que a opção brasileira de regulamentação da nossa religião enteógena é uma experiência muito bem sucedida, consonante com os valores éticos e espirituais mais avançados da nossa época.

Portanto, só temos a lamentar a mediocridade e a ignorância dessa matéria que, além de se constituir num retrocesso de vinte anos, presta uma grande desinformação para todos.

Alex Polari
Editor-Chefe do WebSite


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